Nas horas de silêncio, minha companhia é ele, silencioso quando quer e barulhento quando menos se espera e deseja, vive rodando numa direção só, acho que saber pra onde vai ele não sabe, mas continua, só para quando a ordem é dada, o comando é feito.

O ar que meu ventilador me dá, o alivio que ele me proporciona é o mesmo que minha mente faz ao descansar no sono, joga tudo que vem em meus sonhos e adormece, fica quieto por algumas horas, aquieta meu corpo e o que a mim pertence, a partir dali, meus pensamentos vão aonde quero e me sinto bem, meu ego se transforma, minha alma se renova, meu mundo é outro.
O importante não é o objeto na qual você fixa seu olhar, nem a comparação que faz com ele, nem os pensamentos malucos em que você se encontra, o que importa é o que você faz de você, o que você mostra pra si mesmo, seja em pensamento, seja em palavra,seja em atitude.
2 comentários:
Legal essa relação..rs. Já pensou em "analogiar" (existe esta palavra? Acho que não) esse ventilador com outra coisa? Que tal fazermos assim: Eu = alma e meu Ventilador = pensamento?
Já percebeu que nos momentos de silêncio, mas silêncio mesmo, nossa companhia são nossos pensamentos? Geralmente eles são barulhentos quando menos esperamos e desejamos. Parece de propósito, mas quanto mais queremos parar de pensar, mais pensamos. E repare, quando isso acontece ele vai sempre pra mesma direção...rs. Muitas vezes tentamos controlá-lo, mas ele, o ventilador/pensamento mesmo sem sabendo para onde vai... continua indo. Geralmente ele pára quando o comando é feito, mas ladino como o quê, sempre retoma sorrateiramente, e quando percebemos, já está rodando de novo.
Mas ele não é de todo malandro, muitas vezes nosso ventilador/pensamento nos dá alívio mesmo que momentâneo. Isso pode acontecer desde que consigamos manter o controle firme sobre ele. Quando estamos reflexivos e prestamos atenção, quando não o deixamos rodar solto por aí, quando fixamos o seu pescoço num direção especificamente boa, ele costuma ser bastante eficiente. Pois ele nos ajuda, nos refresca a alma, nos anima, e nos direciona para atitudes e práticas pró-ativas.
O alívio que o pensamento/ventilador, quando bem direcionado nos dá, é a sensação de liberdade, de paz, de quietude. Olha que contradição: quando o ventilador/pensamento está no lugar certo, a sensação é tão boa, que ele parece desaparecer, deixa de ser uma coisa externa, e passa a ser realmente uma parte de nós, de nossa alma/EU, de tal forma que nos tornamos um equilíbrio, uma coisa só. E isso faz com que nem o percebamos mais, pois ele passa a ser natural para nós, como um membro sem dor. Sabe quando sabemos que temos um braço ou uma perna ali, mas nem o percebemos pois ele está bem, sadio, sem dor ou coceira??? Assim. É como se o ventilador/pensamento se aquietasse, sem som, apenas transmitindo o seu frescor. E o seu silêncio nos permite acessar, através da paz, a nós mesmos. E enfim podemos falar: Eu e meu ventilador, unos.
O importante é nos darmos conta que o nosso ventilador/pensamento é fundamental em nossa vida. Ele pode nos dar o frescor quando funciona bem, ou nos levar ao inferno de calores torturantes quando funciona mal. Ele não é você, mas ele é parte de você, e geralmente é quem define como você se sente, como se porta, como fala e como age. Por isso é importante, que embora seja autônomo, ele esteja a nosso favor e de preferência fixo. Ou seja, Eu/alma = meu ventilador/ pensamento....rs
Eu também tenho um ventilador, que em algumas horas me tira do sério pela quebra do silêncio. E em outras vezes, também me chama atenção por ser solitário em prol do calor alheio...e por cumprir bem essa função específica. Diferente de nós seres humanos que no cotidiano precisa assumir diferentes funções numa luta constante por ser e por fazer diferente....
George Soares
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